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Publicado em: 10 de outubro de 2017

Saúde Suplementar necessita de mudanças e transparência 

Na última sexta-feira, dia 6, encerrou-se o 3º Fórum da Saúde Suplementar, realizado pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Solange Beatriz Palheiro Mendes, ressaltou que existe uma urgente necessidade de criar legislação antifraude no país para punir os desvios e comportamentos oportunistas e responsabilizar os profissionais de saúde pelas atitudes fraudulentas e abusivas. Ressaltou também a necessidade de se investir em centros de investigação.

“Em relação às agências reguladoras, é necessário dar publicidade e divulgação aos critérios de fiscalização e controle para que haja um aprimoramento do setor. ” Destacou a presidente da FenaSaúde. Ainda segundo Solange Mendes, a incorporação do médico de família, da segunda opinião médica e a flexibilização dos modelos de contratação de planos para as empresas são mudanças importantes.

 

SUS e Saúde Suplementar

Sobre o “sistema nacional de saúde brasileiro”, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, explicou que os grandes problemas são, muitas vezes, os mesmos do setor de saúde suplementar, como a judicialização e as fraudes.

 

Para Sandro Leal Alves, superintendente de Regulação da FenaSaúde, ofertar produtos de diferentes formatos não é possível no Brasil devido a restrições na legislação com relação ao Rol, que no país é uma relação máxima de procedimentos. “Temos que unir a ciência médica com a ciência econômica com a restrição orçamentária das empresas com os usuários. Do ponto de vista técnico, existem caminhos, como colocar a sociedade no debate, se eles estão dispostos a pagar mais por novos procedimentos”, explicou Alves.

Já Stephen Stefani, oncologista e especialista em auditoria médica, destacou que a inserção de novos produtos aumenta o custo, mas nem sempre melhora os desempenhos. “A prescrição de exames e procedimentos sem necessidade acarretam um desperdício enorme no setor. É necessário mudar o esquema de preço. A indústria está disposta a negociar em grande escala, mas só haverá realmente uma mudança se alterarmos o modelo de remuneração. O pagamento por free for service só estimula o desperdício e a sobreutilização. Trabalhar com regulação, transparência e uma relação realista com o paciente devem ser a razão para a mudança”, afirma Stefani.

O diretor-presidente substituto da ANS, Leandro Fonseca da Silva, falou sobre a pouca competitividade do mercado da saúde suplementar: “A entidade ideal para gestão de saúde populacional deve ter perspectiva de longo prazo, lucrar para manter a população saudável, conhecer os pacientes, atendimento conveniente e capaz de fazer mudanças necessárias.”

Sobre questões do grande custo da saúde, o professor de economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Luiz Roberto Cunha, explicou que “A saúde tem diversas inflações: IPCA, reajustes da ANS, despesa assistencial e o VCMH. Também entra na conta os gastos com fraudes, erros e com a forma de remuneração. No caso da saúde suplementar, ainda há o aumento do custo por faixa etária que é exponencial e grave. Se não houver mudanças, o setor não será sustentável”.

Maria Alicia Lima, vice-presidente do UnitedHealth Group no Brasil, considera que, para uma empresa que presta serviço de saúde, ter o consumidor distante é a pior situação, porque ele é termômetro para medir a qualidade do serviço. “Ter uma agência como intermediária é uma derrota. A relação com o consumidor ficou muito mais difícil. A agência quer apenas punir com multas. Perdemos mais tempo nos defendendo das infrações do que atendendo a demanda do consumidor, que foi o motivo desta multa”.

(Segs)