A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) muito comum, causada pela bactéria Treponema pallidum. Se a pessoa não recebe o tratamento a tempo, a sífilis pode se espalhar pelo corpo e também causar graves lesões nos órgãos internos, como o coração e o cérebro.
Transmissão
Geralmente a sífilis é transmitida em relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas. A transmissão ocorre na fase primária ou secundária da doença, especialmente quando existem lesões ativas nos órgãos sexuais. Apesar de não ser 100% efetiva, o preservativo ainda é o melhor método para prevenir a transmissão da sífilis por via sexual.
Quando a doença já está em fase avançada pode ser transmitida pelo beijo ou pelo toque, se houver lesões na pele ou na boca.
Existe também a possibilidade de transmissão por transfusão de sangue, é um um caso raro já que o Treponema pallidum só sobrevive por até 48 horas no sangue estocado.
Gestantes devem tomar cuidado, pois a doença também pode ser transmitida de mãe para filho, a chamada sífilis congênita. Ter sífilis na gravidez também pode provocar aborto, parto prematuro, má formação no feto e até a morte do bebê.
Sintomas
Os principais sintomas são úlceras genitais que não causam dor. Conheça os estágios da sífilis e seus sintomas:
- Sífilis primária
É o período entre o contágio e os primeiros sintomas, que varia entre 3 dias a 3 meses, sendo mais comum entre 2 a 3 semanas.
A lesão começa com uma pequena elevação na pele nos órgãos genitais que, em algumas horas, se torna uma úlcera indolor (em média 1 cm de diâmetro). A lesão pode passar despercebida nas mulheres. A pessoa também pode apresentar aumento dos linfonodos da virilha (ínguas). Quando o contágio se deu por meio do sexo oral, a úlcera pode aparecer na boca ou na faringe. A úlcera da sífilis some depois de 3 a 6 semanas, mesmo sem tratamento, o que significa que está ocorrendo a multiplicação da bactéria, que se espalha pelo corpo silenciosamente.
- Sífilis secundária
Em pacientes não tratados na fase primária, a sífilis volta, semanas ou meses depois, com erupções na pele, em qualquer lugar do corpo, porém mais comuns nas palmas das mãos e solas dos pés. Outros sintomas dessa fase são: febre, mal-estar, perda do apetite, dor nas articulações, queda de cabelo, lesões oculares e aumento dos linfonodos pelo corpo. Também surge o condiloma lata, uma lesão úmida, parecida com uma verruga, perto de onde a primeira lesão se manifestou. Algumas pessoas têm poucos sintomas, e por isso não procuram um médico. Nessa fase os sintomas também desaparecem sem tratamento.
- Fase latente da sífilis
Nesta fase não há sintomas, mas os exames laboratoriais para sífilis dão positivo. É dividida em:
Fase latente precoce: contaminação há menos de 1 ano.
Fase latente tardia: infecção há mais de um ano.
- Sintomas da sífilis terciária
Após a fase latente, que pode durar anos, os sintomas voltam, quando ocorre a fase terciária, a forma mais grave da doença. Nesta fase podem ocorrer:
Goma sifilítica = surgem grandes lesões ulceradas que podem atingir a pele, ossos e órgãos internos.
Sífilis cardiovascular = atinge a artéria aorta, causando aneurismas e lesões da válvula aórtica
Neurosífilis = afeta o sistema nervoso, causando demência, meningite, AVC e problemas motores por lesão da medula e dos nervos.
Diagnóstico
Na sífilis primária os exames de sangue costumam ter resultados negativos. Geralmente o tratamento começa apenas com exame clínico, mas pode ser realizada coleta de material da úlcera para verificação laboratorial.
Já em fase mais avançada, o diagnóstico é feito por meio dos exames: VDRL e FTA-ABS (ou TPHA).
O VDRL dá positivo para sífilis entre 4 e 6 semanas depois do contágio. O exame pode dar positivo para outras doenças como lúpus, doenças do fígado, mononucleose, hanseníase, catapora, artrite reumatoide, etc. Para o diagnóstico da sífilis considera-se apenas valores maiores de 1/32. O VDRL também pode dar falso positivo em pessoas idosas.
FTA-ABS é um exame mais específico e pode dar positivo após alguns dias do aparecimento do cancro duro (lesão inicial). Mesmo após a cura do paciente, o FTA-ABS continuará dando positivo.
Tratamento
Atualmente, a sífilis é tratada com antibióticos e tem um alto índice de cura, se tratada corretamente com antibióticos apropriados, de preferência, com penicilina benzatina (Benzetacil). O tratamento varia de acordo com a fase da doença.
– Sífilis primária, secundária ou latente precoce = dose única.
– Sífilis com mais de 1 ano de evolução ou de tempo indeterminado = 3 doses, com intervalo de uma semana.
Quando a sífilis afeta o sistema neurológico (neurossífilis) o tratamento é feito com penicilina G cristalina ou penicilina G procaína.
Os alérgicos a penicilina podem ser tratados com doxiciclina ou azitromicina, mas não com tanta eficiência quanto a penicilina. Em alguns casos, pode ser feito um tratamento para dessensibilizar o paciente alérgico para liberar o uso da penicilina.
Para confirmar a cura é necessário repetir os exames de sangue.
Fonte: MDSaúde