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Publicado em: 26 de novembro de 2018

Tecnologia e mudança na forma de pagamento são vistas como aliados

Ezekiel Emanuel, vice-reitor de Iniciativas Globais e presidente do Departamento de Ética Médica e Política de Saúde da Universidade da Pensilvânia.

A tecnologia provocou mudanças profundas em vários setores e atingiu também o sistema de saúde e seu modelo de negócios. Um dos exemplos citados por Joe Flower, futurista da área, é que o paciente pode estar em contato constante, sem precisar visitar o médico, apenas enviando informações pelo celular. A automação vai tomar conta da saúde. Isso sem tirar o contato humano, afinal o setor é o mais humano de todos”, reforça.

Ele lembra que o Brasil é o país mais populoso do mundo a garantir saúde para todos, além de contar com um setor privado robusto. “Isso é muito avançado e ocorre aqui há mais de 30 anos. Mas também acredito que a administração do sistema por empresas privadas pode ajudar”, avalia.

O especialista sugere a desconstrução do sistema atual, implantando novas estruturas que devem combinar tecnologias. “Clínicas no local de trabalho, com médicos que recebem por empregado a cada mês”, sugere. Nesse sentido, Flower diz que grandes empresas, como Walmart, Pepsico, Amazon, Apple e Microsoft vão criar sistema próprio de saúde. “Isso vai se disseminar pelo mercado. Outros empregadores vão encontrar suas técnicas. Daqui dez anos, grande parcela do mercado vai estar nesse modelo”, aposta.

Já Ezekiel Emanuel, vice-reitor de Iniciativas Globais e presidente do Departamento de Ética Médica e Política de Saúde da Universidade da Pensilvânia, lembra que o montante investido em saúde hoje e na década de 70 são similares, mas que a expectativa de vida aumentou muito. Além disso, ele apontou que o dinheiro é investido de maneira ineficiente. “Trinta por cento dos recursos são desperdiçados: 17% em tratamentos ineficientes e 28% em gastos desnecessários”, enumera.

Entre as sugestões para melhorar a eficiência, Ezequiel propõe mudanças, como cuidado maior com doenças crônicas; desinstitucionalização da saúde; avaliação médica por desempenho; e gerenciamento dos preços dos medicamentos. Ele aponta ainda mudança da remuneração com o pagamento por pacote, em detrimento ao modelo atual, por serviço. “No pagamento por pacote, há remuneração de um transplante de fígado, por exemplo, com garantia de até 90 dias”, explica.

Fonte: O Globo